O desafio da arte…

As comunidades cristãs vivem uma relação algo complicada com a arte. De grandes mecenas artísticos, elas vivem, exceptuando honrosas referências, de costas voltadas para os criadores, privilegiando, pelos seus parcos recursos, as propostas repetitivas “made in China” em materiais de nobreza duvidosa, mas acima de tudo, vazias de expressão da fé e de cuidado pedagógico.
Tendo em conta a importância que a capela do Santíssimo Sacramento tem na Igreja paroquial, sendo ele um espaço procurado para a oração silenciosa, importa programar um conjunto de intervenções de forma a permitir o espaço transmitir o transcendente.
A primeira etapa passará pela encomenda a um “artista cristão”, neste caso o João Filipe, de um crucifixo nobre e belo, que descreverá, classicamente, o mistério pascal do Servo de Yahvé, segundo o estilo de Simone Martini, em materiais nobres como o ouro, a madeira e gesso. As seguintes passarão pelo tratamento de paredes tecto e iluminação para tornar mais contemplativo o espaço. E depois, à medida que for havendo recursos, continuar um programa artístico ligado a este estílo religioso com retábulos sobre: Aparição de Jesus no caminho de Emaús; Aparição de Jesus aos discípulos «A paz esteja convosco»; Aparição de Jesus e incredulidade de S. Tomé; Aparição no lago de Tiberíades «É o Senhor»; Aparição no Monte da Galileia «Ide por todo o mundo…» (S. Mateus); Aparição aos onze quando estavam á mesa « Ide por todo o mundo… (S. Marcos); Noli Me Tangere.
Mas as grandes coisas fazem-se devagarinho e dando pequenos passos…