EU SOU A PORTA

Reflexão à Liturgia da Palavra do IV Domingo da Páscoa

O ponto mais alto da Palavra de Deus, para este Domingo, encontra-se no texto do Evangelho segundo S. João 10, 9.10b: ”Eu sou a Porta”. Quem entrar por Mim será salvo; é como a ovelha que entra e sai do aprisco e encontra pastagem. O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que as minhas ovelhas tenham vida e a tenham em abundância

O Cordeiro pascal transformou-se em Pastor. Com a sua morte e ressurreição, congregou à sua volta as ovelhas dispersas, formando um só rebanho. No clamor do seu sangue escutamos a sua voiz, única e inconfundível. Como Pastor, traz um programa de vida, um ideal a realizar. Entrou pela porta estreita da fragilidade humana, fazendo-se obediente para cumprir a obra do Pai. Quem não for enviado e não entrar pela porta, não é pastor das ovelhas, mas salteador e ladrão. Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas, isto é, por todos nós.

A conversão pessoal e o empenho pela própria santificação ao serviço de Deus e dos homens, é a única resposta digna do dom que Jesus faz de si mesmo por nós. “Que havemos de fazer, irmãos?”, perguntarama Pedro e aos Apóstolos, conforme nos narra a primeira leitura, tirada do Livro dos Actos dos Apóstolos 2, 14a.36-41. Somos todos ovelhas desgarradas, feridas de pecado e infidelidade. Chega hoje até nós a voz de Jesus Cristo, através de Pedro, chamando à conversão: “Arrependei-vos!” Arrepender-se é reconhecer e detestar o mal que há em nós e aderir ao bem. Voltemo-nos pois para o Pastor e Guarda das nossas almas, que vem salvar-ns desta “sociedade corrompida”. Pelas suas chagas Ele nos curou das feridas do pecado, tresmalhados de Deus e dos honmens e nos reconduziu da morte à vida. Voltados para Ele, não queremos ouvir outras vozes ou andaer por outros caminhos. “As ovelhas seguem-n’O”. Seguir e imitar a Jesus Cristo é a Porta que leva ao Pai e nos torna comensais do amor e da alegria.

“O Senhor é meu Pastor: nada me faltará”, é o refrão que iremos cantar, tirado do salmo 22 (23) 1-3a.3b-4.5.6. que nos é proposto para Salmo Responsorial. O Espírito Santo convida-nos, neste salmo, a descdansarmos nos braços do Pai.

Os sofrimentos desta vida podem ser uma bênção, se os vivermos à semelhança de Jesus Cristo. Disto nos dá conta a segunda leitura, tirada da primeira Epístola de S. Pedro 2, 20b-25. Não sendo possível então acabar com uma ordem social injusta, como era a escravatura, Pedro não desiste de ajudar os escravos a santificarem-se na condição a que estão sujeitos,imitando a Jesus Cristo, seguindo os seus passos, sofredor e obediente até à morte; sendo inocente ”sofreu por vós”, suportou os nossos pecados… pelas suas chagas fomos curados.

Em união a Jesus Cristo alcançamos a salvação, a vida em abundância. Permaneçamos sempre no rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo que é a Igreja Católica. “Ele chama as suas ovelhas … e caminha à sua frente”. Relata a passagem evangélica deste Domingo, tirada do Evangelho segundo S. João 10, 1-10. Jesus Cristo é o Pastor porque nos conhece e chama pelo nome. Cada ser humano é para Ele pessoa, única e imprescindível. Por cada ovelha que se perde, arrisca a vida para a encontrar. Porque é Pastor, vai à frente a ensinar caminhos, a remover obstáculos. Em exigências de amor e verdade, ninguém lhe passa adiante.

Leva-nos “para fora”, saindo do reduto das nossas seguranças para irmos aprender, de caminho, a força de crer, a sabedoria de amar. É fora de nós, sempre mais além, que o pão das nossas fomes se oculta e nos sacia. Para que o tivéssemos, Jesus Cristo “carregou os nossos pecados no madeiro da cruz”, refere S. Pedro na segunda leitura. O seu corpo e sangue são as divinas pastagens aonde nos leva, manjar que nos atrai e sustenta.

“Eu sou a Porta”, revela Jesus. Jesus Cristo é Mediador e Pontífice, Porta que dá acesso para a vida e para o Pai. Abriu-se a porta quando o verbo encarnou. Convidou-nos a entrar, por palavras e sinais. Ficou aberta a porta, em chaga viva, ao ser exaltado na cruz e na glória do Pai. Jesus Cristo, “Para todos quantos, lá longe, o Senhor nosso Deus chama, refere a primeira leitura. Não há outra porta pela qual possamos ser salvos. Caminhos de maldade são becos sem saída. Jesus Cristo é a Porta que liberta. Quem passar através d’Ele, recreia-se na liberdade dos filhos de Deus.

As palavras de Jesus Cristo traçam um programa de vida e acção aos pastores da Igreja. Estes são a presença de Jesus Cristo, revestidos do seu mesmo poder e continuadores da sua mesma missão. Pela palavra que constrói, pelo gesto que santifica, continuam a acção de Jesus Cristo até ao fim do mundo. Ser pastor é ir à frente, com palavras e com vida, correndo o risco de audácias e fronteiras. Ser pastor e ungido é elevar-se na cruz feito cordeiro, dar a vida pelos irmãos.

Peçamos a graça de reconhecer e seguir a voz do Bom Pastor, que nos faz sair do espaço do egoísmo e nos conduz aos passos da verdadeira liberdade. Que a Bem Aventurada Virgem Santa Maria, Mãe do Bom Conselho, nos guie e acompanhe no nossos discernimento.

Diácono António Figueiredo

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