O PRIMEIRO ENTRE TODOS

Reflexão à Liturgia da Palavra do XXXIV Domingo do Tempo Comum Comum (Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei) Ano C

Termina em glória e triunfo o mistério de Cristo. Fracassos e sofrimentos, toda a sua vida e projectos convergiam para esta hora de exaltação. O cenário da celebração das glórias de Jesus Cristo é o Calvário, onde a dor se transfigura e a cruz exalta. Guardou para aqui a proclamação da sua realeza, que tinha recusado em momento de triunfo.

Hoje, solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, celebramos o seu triunfo sobre o pecado, pela recondução de todo o universo criado aos desígnios amorosos do Pai.

Depois de ter reinado catorze anos em Hebron, sucedendo a Saúl, o primeiro rei de Israel, as restantes tribos de Israel procuraram David e reconheceram-no como rei. A liturgia vê neste acontecimento bíblico, uma velada figura da realeza de Jesus Cristo. Todos os povos e nações O hão-de aclamar como Rei do Universo. “Nós somos da mesma carne”, refere a primeira leitura, tirada do segundo livro de Samuel 5, 1-3. Jesus Cristo é Rei, porque salva com Ele todos os irmãos. N’Ele se encerra toda a esperança da salvação, porque um dos nossos é Rei. Jesus Cristo é o único Ungido, que reuniu em si todas as tribos dos homens. O seu Reino tem sinais e exigências. É um Reino diferente, onde a paz e a justiça se abraçam e o amor se faz lei. Somos um Reino de irmãos, onde cada um é rei, , sagrados no Baptismo e cingidos de poder para a missão de servir e dar a vida.

Para Salmo Responsorial, a Liturgia propõe o Salmo 121 (122) 1-2.4-5., que é um cântico de aclamação para entoarmos em honra Cristo Rei, enquanto O seguimos na vida até ao Céu. Na verdade, seguir a Jesus Cristo com fidelidade é um caminho cheio de alegria e felicidade. 

S. Paulo aparece-nos na seguda leitura, com a Epístola aos Colossenses 1,12-20, entoa um cântico em honra da realeza de Jesus Cristo. “Tem em tudo o primeiro lugar”. Jesus Cristo veio ao mundo para ser Rei. Já o era por natureza, “como primeiro entre os seres criados”. “Tudo foi criado por Ele e para Ele”. Tudo quanto acontece converge para Jesus Cristo e encontra n’Ele o sentido e lugar próprio na edificação do Reino que chegou. Ao seu nome se dobra todo o joelho e todas as criaturas lhe rendem homenagem, como a seu Rei e Senhor. Mas foi pela sua morte e ressurreição que submeteu ao seu poder todas as coisas. Jesus Cristo ressuscitado é a implantação do novo Reino, que atingirá a plenitude, quando vier o fim. Até lá, a “revolução” anda na rua, arde por dentro, aliada a todos os acontecimentos e da vida.

“Lembra-te de mim, quando vieres na Tua realeza”, diz o bom ladrão a Jesus no alto da cruz, conforme narra S. Lucas na passagem evangélica deste Domingo, 23,35-43. A hora do Calvário é a festa da sua coroação real. Foi proclamado em dor, ungido em sangue. “Era necessário que Jesus Cristo sofresse para entrar na sua glória”. As glórias de Deus e dos homens passam sempre por calvários, têm sempre o preço de sangue. A cruz é trono de realeza, donde Jesus Cristo julga o mundo e a história. Pela obediência da cruz ganhou-nos um Reino. Quem quiser entrar nele, faça-se obediente, tome a sua cruz e siga-O. Obedecer é reinar.

“Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” – promete Jesus ao bom ladrão. O Reino de Jesus Cristo não vem ao fim de esperas dolorosas, mas hoje mesmo.Não está longe, mas dentro de nós. Cresce cada dia entre êxitos e fracassos, trabalham por Ele todos os projectos dos homens e avanços da ciência. Tem servidores secretos, nocturnos adoradores em espírito e verdade. “Onde está Cristo, aí está a vida, aí está o Reino”. (Santo Ambrósio),. O primeiro vassalo a entrar na posse definitiva do novo Reino foi o ladtrão arrependido, crucificado com Ele. Na cruz se esconde a divina sabedoria, que nos abre a porta. O Reino de Jesus Cristo é dos crucificados para o mundo e para os quais o mundo está crucificado.

“Se com Ele sofremos, com Ele reinaremos” – afirma S. Paulo na segunda Epístola a Timóteo 2,12. Na vida da Igreja e do cristão, como também na vida de Jesus Cristo, tudo termina em glória. Somos reis coroados, somos corpo de Jesus Cristo. Com Maria, Rainha do Universo, aclamemos a Jesus Cristo, nosso Deus e nosso Rei. 

Diácono António Figueiredo

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