Movimento de cidadãos, defensor da preservação desta zona verde que atravessa parte dos concelhos de Oeiras e da Amadora, lançou uma petição pública para travar a construção nestes 600 hectares de Natureza
Já em pleno estado de emergência e com a população confinada, uma retroescavadora entrou por uma das cinco frentes de obra do Sky City, futuro empreendimento de moradias e apartamentos, perto do marco geodésico de Carnaxide, sem olhar nem à fauna, nem à flora. Por ali ainda se encontram zambujeiros e algumas orquídeas, mas também já foi avistado um casal de águias e os mais comuns peneireiros (falconídeos). O Sky City é apenas um dos quatro projetos urbanísticos cuja construção não pára nos 600 hectares da serra de Carnaxide, enquadrada com o Estuário do Tejo e a meio caminho entre a serra de Sintra e o Parque Florestal de Monsanto, uma trilogia que perfaz um extenso corredor ecológico.
Estão ainda previstos o AquaTerra Masterplan da Jackyl, empresa imobiliária inglesa, outro dos projetos imobiliários que prevê um centro comercial, entre outras infraestruturas; uma cidade desportiva do Sport Lisboa e Benfica, um contrato feito há 11 anos com a autarquia de Oeiras, que contempla um complexo com pavilhão de artes marciais e ginástica, um campo de râguebi com pista de atletismo, um centro de massagens, uma pista de corrida indoor, uma piscina, um pavilhão desportivo, um campo de futebol, restaurante, centro de reuniões, clínica, ginásio e um silo de estacionamento com 540 lugares de automóveis. A Urbanização Alto da Montanha também causa polémica por se situar em redor do marco geodésico de Carnaxide, que a par do farol da Gibalta em Caxias (junto à linha de comboio) e do farol do Esteiro na Mata do Estádio Nacional, na Cruz Quebrada, auxiliavam as embarcações que queriam entrar na barra.
O movimento criado por um grupo de cidadãos preocupados com a preservação da serra de Carnaxide, envolvendo investigadores ligados ao ambiente e à saúde, apela que a preservação deste local se torne uma preocupação nacional e não apenas local.
É possível passear pela serra de Carnaxide e ali ainda encontrar as mães de água mandadas implantar pelo rei D. José I, nomeadamente o Aqueduto das Francesas, um ramal subsidiário do sistema do Aqueduto das Águas Livres, com início em Carnaxide, passando por Alfragide e chegando à Buraca. Esta é uma zona de vértissolos, terrenos raros e férteis (apenas 5% desta qualidade existe em território nacional), mas uma excessiva urbanização destas zonas irá, certamente, aumentar o risco de inundações e cheias.
Lançada em dezembro de 2019, a petição Preservar a Serra de Carnaxide está a recolher assinaturas. Precisa de reunir quatro mil para o assunto ser levado de novo à Comissão de Ambiente, antes de ir a Plenário. Há três anos, o assunto da serra de Carnaxide ficou-se pelo “interesse local”, mas para este grupo de cidadãos “a destruição de uma serra é um assunto de interesse nacional”.
Joana Brígida
Estou completamente de acordo com o artigo. Além de bem escrito, foca um tema que muitos oeirenses desconhecem, e com contornos de “ crime ambiental “.
Sem dúvida, tem que ser levado à discussão aos munícipes de Oeiras e Amadora.
Muito obrigado.
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Ola, Carlos. Obrigado pelo seu comentário. Vou informar a autora do artigo. Cumprimentos e Santa Páscoa. Deus o abençoe!
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Olá a todos, antes de tubo bem-haja Carlos pelo seu comentário, deixo aqui o link (https://www.facebook.com/serradecarnaxide/) para a página de Facebook do movimento, de modo a estarem atualizados, e mesmo já tendo as assinaturas suficientes, fica igualmente, o link (https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT98039) para o site da Petição Pública caso alguém queira assinar.
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