
“Neste mundo estamos apenas de passagem, em tempo de prova,
porque a nossa verdadeira Pátria,
na comunhão da Verdade e do Amor,
é para sempre junto de Deus. “
Esperança é, com frequência uma palavra banalizada e muitas vezes sem qualquer conteúdo. As pessoas têm esperança de tudo: de que um doente recupere a saúde, o clube preferido de futebol ganhe, e as dificuldades acabem.
No fim, é como quem passa a vida a beber, mas está sempre com sede. As pequenas esperanças, mesmo quando se realizam, não nos tornam felizes. Só há uma esperança que vale a pena alimentar: a esperança de crescer na amizade com Deus, até chegarmos a uma união perfeita, deve durar para sempre. Quando vivemos uns momentos felizes, mas sabemos que são muito breves, aquela felicidade já não nos diz nada.
Muitas pessoas interrogam-se hoje sobre o sentido da vida e até mesmo se vale a pena viver. Esta pergunta é mais dolorosa quando se trata de uma pessoa doente, humanamente sem futuro, ou mesmo diminuída a tal ponto ou a comunidade humana a rejeita, como acontece com algumas crianças que nascem com graves incapacidades.
A solenidade de Todos os Santos, quase ao terminar o Ano Litúrgico, vem recordar-nos que a vida humana é um dom de Deus e tem sentido e valor. Neste mundo estamos apenas de passagem, em tempo de prova, porque a nossa verdadeira Pátria, na comunhão da Verdade e do Amor, é para sempre junto de Deus.
A Solenidade de Todos os Santos é «a nossa» festa; não porque somos bons, mas porque a santidade de Deus tocou a nossa vida. Os santos não são pequenos modelos perfeitos, mas pessoas atravessadas por Deus. Podemos compará-los com os vitrais das igrejas, que fazem entrar a claridade em diversas tonalidades de cor. Os santos são nossos irmãos e irmãs que receberam a luz de Deus em seus corações e a transmitiram ao mundo, cada qual com a «sua tonalidade». Mas todos foram transparentes, lutaram para tirarem as manchas e obscuridades do pecado, de modo a fazer passar a luz gentil de Deus. Eis a finalidade da vida: fazer passar a Luz e Deus. É também o objectivo da nossa vida.
Amanhã, 2 de Novembro, seremos convidados a acompanhar com a oração os nossos defuntos, para que rejubilem para sempre no Senhor. Recordemos com gratidão os nossos entes queridos e oremos por eles.
A Mãe de Deus, Rainha dos Santos e Porta do Céu, interceda pelo nosso caminho de santidade e pelos nossos entes queridos, que nos precederam e já partiram para a Pátria celeste.
Diácono António Figueiredo
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