Resgate

Navio ‘Louise Michel’, no mar mediterrâneo

Já todos, a certo ponto na nossa vida, ouvimos falar de Banksy, o enigmático artista britânico que cria a sua arte como forma de crítica e sátira, conhecido pela sua maneira de se expressar brutal, e pelo seu ativismo político. Este verão, Banksy embarcou numa nova campanha de ativismo político.
Banksy entrou em contacto com Pia Klemp, uma bióloga e ativista alemã, que é capitã de vários navios pertencentes a Organizações Não Governamentais. Neste explicou que, após ter lido sobre a sua iniciativa e trabalho para ajudar refugiados que tentavam procurar uma vida melhor ao atravessar o Mediterrâneo, gostava de se juntar à sua luta, concedendo-lhe os fundos que obteve com obras referentes a crises migratórias.
Ao princípio nem a própria Klemp acreditou no email como sendo genuíno, mas Banksy cumpriu com as suas intenções, concedendo à frota o Louise Michel, um barco que anteriormente pertencera à marinha francesa e que, apesar de não ser muito grande, é consideravelmente mais rápido que os outros barcos da frota. A tripulação deste é constituída por 10 ativistas europeus, todos com experiência prévia em missões de busca e resgate.
O Louise Michel, em honra da professora, enfermeira, oradora, poetisa, escritora e ativista libertária francesa do século XIX, com a pintura inconfundivelmente ao estilo de Bansky, tem tido uma maior importância devido à sua velocidade, a qual permite responder mais rapidamente aos pedidos de socorro. Isto é especialmente revelante se tivermos em conta que muitos dos barcos libaneses que procuram refúgio na Europa são confiscados pela marinha libanesa e retornados ao país. Deste modo, o Louise Michel pretende“cumprir a lei marítima e resgatar quem que se encontrar em perigo, sem qualquer preconceito” (tradução livre).
Dados da UN revelam que, só este ano, 443 pessoas foram dadas como mortas ou desaparecidas depois de tentarem atravessar o Mediterrâneo para fugirem ao seu país de origem no Norte de Africa, e outras 40000 chegaram à Europa, provenientes da mesma origem. Isto tudo apesar de maior parte das missões de resgate terem sido suspendidas devido ao COVID-19.
Em toda esta situação conseguimos ver como diferentes virtudes contribuem para o mesmo bem; tal como Klemp dizia “O Bansky não finge saber guiar um navio melhor que nós, e nós não fingimos ser artistas.” (tradução livre), mas a relevância de todos para que este processo resulte não é esquecida.
Que esta semana possamos todos partilhar das nossas virtudes e que, apesar de todas as divergências, possamos trabalhar para atingir o mesmo fim, de um mundo melhor.

Teresa Cunha

artigo preparado por
Teresa Cunha

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