“Nós unimo-nos e fizemos o que tinha de ser feito”.

2.7.2020

Mae Krier (*1926-)
artigo preparado por
Teresa Cunha

Todos nós vimos, pelo menos uma vez na nossa vida, o icónico póster de uma mulher com uma expressão destemida, um braço musculado e um lenço vermelho com bolinhas brancas na cabeça, muitas vezes acompanhado pela frase “Nós conseguimos!” (no original inglês “We can do it!”).  Este era o poster que procurava representar as mulheres americanas que, durante a Segunda Guerra Mundial, se lançaram em carreiras sem precedentes, num esforço não só de ajudar o seu exército durante os tempos de guerra, mas também de substituir os homens nas funções que estes tinham que abandonar ao partirem para combater. Estas mulheres ficaram conhecidas como “Rosies”. 

Mae Krier é uma Rosie que serviu nos tempos de guerra ao trabalhar numa fábrica que produzia aviões para as forças militares americanas. Hoje, passado já muito tempo dessa guerra, Mae decidiu juntar-se à luta que todos enfrentamos na atualidade: a luta contra o Covid-19.

Mae já tinha o hábito de fazer bandanas semelhantes às da Rosie “original”, mas, quando a situação da pandemia se agravou, começou a utilizar esse tecido para fazer máscaras , e a enviá-las a amigos e familiares, para ajudar a mantê-los em segurança da melhor maneira que conseguia; mas, após a sua pequena produção ter recebido a atenção inesperada dos media, Mae já recebeu mais de 1000 encomendas.

Numa entrevista que lhe foi feita, Mae expressa a sua opinião relativa à atualidade: 

“Quando soubemos que a Segunda Guerra Mundial tinha sido declarada nós – homens, mulheres e crianças – unimo-nos e fizemos o que tinha de ser feito. Não compreendo o porquê de as pessoas agora não se unirem. (…) Nós usávamos bandanas, carregávamos alicates de rebites, as raparigas (…) tinham que usar as placas e fatos de soldar, e carregar maçaricos- e nós fizemos isso durante dias, anos! Parece-me que usar uma máscara é algo bastante simples, depois de passar por isso tudo.”

(tradução livre feita diretamente da entrevista de Mae à plataforma de notícias Now This).

Que esta semana possamos ser mais como Mae, que cresceu e tornou-se em alguém humilde e caridoso face às suas experiências de vida e, independentemente das suas circunstâncias, dá sempre o melhor de si para poder ajudar os outros, quer isso signifique quebrar limites e participar numa guerra ou fazer máscaras para que os outros se possam proteger.

Teresa Cunha  

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