Cadeiras que “andam sozinhas”

Devido a alguma doença ou a uma lesão algumas pessoas perdem a capacidade de se deslocarem, e a sua única hipótese recai sobre a cadeira de rodas. Mesmo assim às vezes a cadeira de rodas não lhes dá a mobilidade e a independência que deveriam ter, porque têm uma doença degenerativa ou porque tiveram um acidente e ficaram com os membros paralisados. Nestas situações a sua única opção é terem alguém sempre com elas para se deslocarem ou arranjarem uma cadeira que se mova por exemplo a partir de pequenos movimentos de cabeça ou mão. Esta tecnologia ainda não está muito desenvolvida e muitas vezes não chega a quem mais precisa. 

Uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), em Portugal, trabalharam para a criação de um sistema Interface Cérebro-Computador (ICC), que permite à pessoa controlar a sua cadeira de rodas, sem exigir grande esforço mental e com grande precisão. 

“As cadeiras de rodas guiadas pelo cérebro apresentam-se como uma solução promissora para pessoas com deficiências motoras graves, que não podem usar interfaces convencionais”, disse o ISR e acrescentou ainda que os outros sistemas, que se baseiam na eletromiografia, não têm muita precisão e requerem um esforço mental muito grande, e por estas razões esses sistemas não são viaveis. 

Este novo sistema ICC permite à pessoa fazer o controlo ao seu ritmo, uma vez que, a partir desta interface, é possível detectar automaticamente quando é que a pessoa se quer mover. Deste modo a pessoa não precisa de estar sempre focada, diminuindo a fadiga e as desatenções. O sistema colabora então com a pessoa, ou seja, é como se fossem uma equipa, que trabalha para atingir um mesmo fim de modo eficaz. Isto significa que “tem um sistema de navegação que, por um lado, realiza as manobras finas de navegação, aliviando o utilizador desse esforço, e, por outro lado, corrige/interpreta possíveis comandos errados enviados pela ICC”.

Este sistema foi testado em pessoas com deficiência motora grave e em pessoas sem qualquer deficiência de modo que este fosse o mais fiável possível. Os participantes tiveram de realizar percursos de obstáculos, que simulavam corredores, escritórios, passagem por portas, gabinetes, acessos e desvios de obstáculos e pessoas. Depois destas experiências foi possível concluir que o sistema tinha uma precisão e fiabilidade de mais de 99%.

Apesar do novo sistema ter estes valores altos, os investigadores dizem que precisa ainda de ter maturidade e ser preparado para ambientes domésticos. Os elétrodos que são colocados na cabeça (uma espécie de capacete com sensores) também precisam de sofrer algumas alterações para que este possa entrar no mercado.

Nesta semana rezemos por todas as pessoas que têm algum tipo de deficiência. Rezemos ainda por todos os investigadores que todos os dias trabalham para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Margarida Vicente 

artigo preparado por
Margarida Vicente

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