Em muitos países do mundo a igualdade de género ainda é uma problemática de alta urgência, principalmente em países subdesenvolvidos. Isto verifica-se principalmente na educação que é dada às jovens mulheres desses países, que muitas vezes consiste em privá-las da sua independência e liberdade de escolha. Por isso é que Theresa Kachindamoto, supervisora de um distrito de um país africano chamado Malawi, fez da sua missão pessoal advogar pela defesa dos direitos destas raparigas.
Kachindamoto é responsável pela anulação de mais de 850 casamentos infantis, e pela reinserção dessas crianças na escola, bem como na alteração da lei para que a idade mínima para contrair casamento seja 18 anos, mesmo quando a concordância dos pais já existe. Esta lei mostra-se extremamente relevante em comunidades em que o casamento representa uma maneira de diminuir as despesas diárias, sendo que se diminui o agregado familiar. Apesar de já ter sido vítima de várias ameaças por parte de outros políticos que não concordam com as suas visões de igualdade de género, Kachindamoto tem como objetivo conseguir alterar a lei para os 21 anos de idade. A sua grande preocupação advém também da grande incidência de abusos sexuais, sendo que uma em cada cinco malawianas são vítimas de abuso sexual, o que, combinado com os casamentos precoces, torna as epidemias de DSTs altamente preocupantes.
Theresa Kachindamoto, agora com cerca de 60 anos, diz que lutará pelos direitos destas meninas até ao fim da sua vida, pois acredita que a educação é o caminho de entrada para que elas possam vir a ser o que quiserem no futuro.
Que esta semana as nossas intenções estejam com Theresa Kachindamoto, para que ela continue a sua feroz luta por todas as meninas que necessitam desesperadamente da sua ajuda.
Teresa Cunha
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