Quando falamos em diamantes a imagem que nos vem à cabeça é a de joias brilhantes, com linhas afiadas e uma natureza irradiante. Contudo, estas joias têm um passado sujo e doloroso; não é por nada que se costuma usar a expressão “diamante de sangue”. Este sangue vem das zonas de guerra donde estes costumam ser extraídos, bem como do tráfico, das más condições de trabalho e das consequências ambientais catastróficas.

A gama de joalharia dinamarquesa Pandora anunciou esta semana a sua decisão de deixar de usar diamantes naturais, optando por diamantes produzidos artificialmente nos seus laboratórios. Apesar das principais razões terem sido o custo reduzido de recursos necessários, comparativamente com a exploração de minas, e o facto da qualidade ser a mesma, o que permitirá uma redução dos preços em mercado, os impactos humanitários e ambientais desta decisão não são negáveis.

Acolhemos esta decisão com a esperança que ela possa levar a uma tendência que outras marcas semelhantes poderão seguir, levando a um impacto positivo ainda maior nas frentes humanística e ambiental.
O filme Blood Diamond, de 2006, pode parecer só mais um filme de ação, mas acaba por ser uma representação de todo o sofrimento a que nações estão sujeitas, como consequência deste negócio, a qual é merecedora de atenção, servindo de alerta para a história de todas estas nações, com feridas que ainda hoje sangram.
Que esta semana as nossas intenções estejam com os pequenos começos, e pela possibilidade de ver e acossar oportunidades que podem levar a algo mais; que consigamos olhar para o pequeno botão, e prever a esplêndida flor que surgirá.
Teresa Cunha