APRENDEI DE MIM

By

Reflexão à Liturgia da Palavra

do XIV Domingo do Tempo Comum Ano A

Diácono António Figueiredo

A Palavra do Senhor deste Domingo, convida-nos a entrar na escola de Jesus Cristo. Vamos aprender a divna arte de viver à imagem do Senhor ressuscitado. Jesus Cristo é a lição. “Aprendei de Mim”. Temos por mestre e pedagogo o Espírito Santo.

O Profeta Zacarias, no Antigo Testamento, anima o povo eleito com a esperança da vinda ao mundo do Messias Salvador A primeira leitua é tirada da segunda parte do livro da Profecia de Zacarias 9,9-10, onde se fala do triunfo definitivo de Deus e do seu Reino universal. Este texto foi escolhido pela Liturgia para este Domingo em função do Evangelho, em que Jesus se apresenta como “manso e humilde de coração”.

Com todo o universo, adoremos e louvemos para sempre o Senhor, que é clemete e compassivo. Para Salmo Responsorial, a Liturgia propõe o salmo 144 (145), 1-2.8-9.10-11.13cd-14.

Jesus Cristo deu a vida por nós, mas ressuscitou glorioso. Se vivermos unidos a Ele, também nos ressuscitará um dia para a vida eterna. A segunda leitura é da Epístola de S. Paulo aos Romanos 8,9.11-13.

O Senhor chama-nos para nos dar força e coragem em todos os dias da nossa vida. “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai”, exclama Jesus na passagem evangélica deste Domingo, tirada do Evangelho de S. Mateus 11,25-30. É o Espírito Santo que O dá a conhecer e deste conhecimento nasce a vida. Assim entramos na comunhão do Pai e do Filho. Conhecer Deus não é arte da natureza, mas dom da graça. Pelo Espírito Santo que habita em nós, conhecemos o sentido de Deus, o gosto de Jesus Cristo.

Na escola de Jesus Cristo apenas entram os que se fazem pequeninos. São eles os que entendem a divina sabedoria de diminuir para cresecer. Ficam de fora os sábios e inteligentes, presos das suas razões e teorias, a olhar de longe o rumor da festa. Só os humildes se oferecem desarmados e se abrem à luz que vem do alto, atentos e disponíveis, na simplicidade da fé.

“Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração”, afirma Jesus no Evangelho. O Rei que vem ao nosso encontro atrai pela justiça, triunfa pela humildade. É a grande revelação, o escândalo dos sábios e dos prudentes. A mansidão é o exterior da humildade, gestos e atitudes dum coração pobre. Os mansos e humildes são os fortes do Reino, aos quais todos se dobram e ninguém resiste. Por isso possuirão a terra apetecida dos corações dos homens. O Evangelho veio confundir as nossas hierarquias. Em vez de górias e grandezas, exalta todos os pequeninos, que não tiveram lugar à mesa do banquete dos ricos e poderosos. 

Humildade e mansidão são as preferências de Jesus Cristo. O Deus encarnado fez-se entre nós humilde e pequenino para igualar-se à nossa estatura, frágil e indigente. Antes de eu O imitar, já Ele me imitou a mim. O amor chega sempre primeiro. Os que andam na Sua escola aprendem d’Ele a ciência dos humildes, a força dos mansos, que superam os domínios da simples natureza. A humildade é o sinal de Jesus Cristo e da Igreja, o distintivo do cristão. Não há triunfalismos nem rufar de tambores. A verdade é mansa e humilde. Bata-lhe ser o que é. O meu carro de triunfo é a rotina e o cansaço, a simplicidade daquilo que acontece sempre.

“O meu jugo é suave e a minha carga é leve”, diz Jesus no Evangelho. A sabedoria de Deus tudo transforma e simplifica. Pela fé tudo posso n’Aquele que me dá força. Não há pesos insuportáveis, barreiras intransponíveis. Para os sábios deste mundo, a simplicidade de Jesus Cristo complica-lhes a vida.”Se viverdes segundo a carne, morrereis”, afirma S. Paulo na segunda leitura, na Epístola dirigida aos cristãos da Igreja de Roma. Mas a ciência de Jesus Cristo liberta-nos das “obras do corpo”, da servidão do pecado, para vivermos segundo o Espírito, na liberdade dos filhos de Deus. 

O Evangelho de Jesus Cristo é lei do amor. Levamos em nós a carga preciosa que nos enriquece, o peso das asas que nos liberta e faz subir. A falta de amor é o peso da vida,. O jugo de Jesus Cristo pacifica e liberta. Muitas vezes somos distraídos por demasiados interesses, por demasiadas solicitações e é difícil distinguir entre tantas vozes e tantas palavras a do Senhor, a única que nos torna livres..Por isso é importante habituar-nos e meditar na Palavra de Deus. 

A Bem-aventurada Virgem Santa Maria, nossa terna Mãe, está connosco nesta vida. Na hora da morte vai acompanhar-nos até Jesus Cristo que nos ressuscitará, para vivermos com Ele eternamente no Céu.